O SINTRAJURN marcou presença no III Encontro Nacional de Pretas e Pretos da Fenajufe, realizado neste sábado (22) e domingo (23), por meio da participação da coordenadora Francisca Gomes. A atividade, realizada em formato híbrido, reuniu representantes de 13 sindicatos e promoveu dois dias de debates sobre racismo institucional, políticas reparatórias, ações afirmativas, igualdade racial no Judiciário e os impactos das tecnologias digitais na reprodução das desigualdades.
A abertura do encontro foi conduzida pelas coordenadoras Sandra Cristina Dias, Luciana Carneiro e Maria José Olegário, reforçando a importância da ampliação da participação das entidades de base no debate racial.
Para Francisca, a participação no encontro reforça o compromisso do SINTRAJURN com o combate às desigualdades raciais e com a construção de um Judiciário mais inclusivo e representativo. “Os debates foram extremamente profundos e necessários. A realidade apresentada nos mostra que ainda há um longo caminho para garantir equidade no Judiciário, e cabe aos sindicatos fortalecer essa pauta. Este encontro nos oferece diretrizes importantes para orientar nossas ações e reforçar nosso papel na defesa da igualdade racial. É fundamental levar esse debate para dentro das nossas bases e transformá-lo em práticas concretas de enfrentamento ao racismo institucional”, destaca a coordenadora.
Entre os destaques da programação, o painel conduzido pela juíza do TRT-10 Wanessa Mendes de Araújo trouxe uma análise profunda sobre o racismo institucional no Judiciário, apontando a sub-representação de pessoas negras, especialmente na magistratura.
A professora Vanda Pinedo (MNU-SC) abordou o tema “Reparação e Bem Viver”, que orientará a II Marcha Nacional das Mulheres Negras, enquanto a coordenadora do Ministério da Igualdade Racial, Tamiles Alves, discutiu políticas de igualdade racial e ações antirracistas no mercado de trabalho.
No período da tarde, o professor da UnB Dalton Martins apresentou reflexões sobre o racismo reproduzido por algoritmos de inteligência artificial, seguido por Marcelino Conti, do Fonaer/CNJ, que detalhou metas e indicadores raciais do CNJ.
No domingo (23), os debates se aprofundaram com painéis sobre:
• Heteroidentificação e colorismo, com a especialista Fernanda Portela Ferreira;
• Avaliação das políticas raciais no PJU e MPU, com Magali Dantas, que reforçou a necessidade de implementação efetiva das normas já existentes;
• Produção de dados de raça/etnia no Judiciário, com Filipe Gioielli Mafalda, que apresentou estudos sobre discriminação, assédio e vulnerabilidades de diferentes grupos, especialmente mulheres negras.
O encontro também aprovou a alteração da nomenclatura do coletivo, que passa a se chamar “Coletitivo Nacional de Negras e Negros da Fenajufe”, ampliando a representatividade e alinhamento às demandas históricas do movimento negro.
O SINTRAJURN reconhece a relevância estratégica desse espaço de debates e segue com o trabalho de enfrentamento ao racismo, a defesa das ações afirmativas e a promoção da equidade racial entre servidores e servidoras do Poder Judiciário Federal.
Do SINTRAJURN, Caroline P. Colombo






