A coordenadora Francisca Chagas representou o SINTRAJURN no debate sobre letramento racial promovido pela Fenajufe, na última segunda-feira (24). A atividade encerrou oficialmente a programação do III Encontro de Negras e Negros, realizado nos dias 22 e 23, e reuniu vozes fundamentais para a ampliação das discussões étnico-raciais dentro do PJU e do MPU.
O encontro contou com a participação do secretário-geral do Conselho de Justiça Federal (CJF), dr. Erivaldo Ribeiro.
O eixo da atividade foi o livro “O Pacto da Branquitude”, da psicóloga e escritora Cida Bento, obra pioneira ao investigar a caracterização da branquitude nas relações de trabalho. Em tom que alternava denúncia e convocação ética, o texto evidencia como a branquitude se estrutura como norma universal e, ao fazê-lo, bloqueia mudanças substantivas nas hierarquias sociais brasileiras.
A relevância da obra para o debate racial no serviço público foi destacada ao longo da atividade, especialmente por apontar como a branquitude opera silenciosamente sobre contratações, ascensões profissionais e na própria arquitetura institucional.
A urgência do tema dentro do Judiciário
Em sua intervenção, a coordenadora da Fenajufe Arlene Barcellos ressaltou a importância de promover debates dessa natureza dentro do PJU e do MPU, instituições historicamente marcadas pela baixa representatividade de pessoas negras. Ela citou, como exemplo exitoso, o trabalho contínuo realizado pelo Sintrajufe/RS, destacando a necessidade de que essas ações ganhem capilaridade nacional.
O juiz e secretário-geral do CJF, dr. Erivaldo Ribeiro, também enfatizou o caráter urgente — ainda que tardio — da discussão no âmbito do Judiciário.
De acordo com ele, o “pacto da branquitude” exerce um efeito que aprisiona simbolicamente pessoas negras. “O pacto da branquitude é um pouco mais prejudicial porque nos escraviza novamente, como se o tempo todo a gente voltasse às senzalas, porque nos retira a voz, nos humilha, ao ponto de não termos coragem de reclamar a igualdade.”
Ao integrar debates sobre letramento racial, o SINTRAJURN segue com a defesa por um Judiciário mais diverso, mais consciente e mais alinhado com a equidade como valor institucional.
Do SINTRAJURN, Caroline P. Colombo






